Revista Saber Incluir

Capa e Ficha Técnica

Revista Saber Incluir — 2024-05-11

Editorial

Hector Renan da Silveira Calixto — 2024-05-11

MATEMÁTICA E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA COM UM JOGO TANGÍVEL: Uma Abordagem Inclusiva

Carla Sousa — 2024-05-10

O objetivo deste estudo foi investigar o potencial de um jogo tangível, o Glossário Inclusivo de Termos Matemáticos (GIM), para apoiar o ensino da matemática e da Língua Gestual Portuguesa (LGP) a crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo, com ênfase na educação inclusiva, na aquisição de conhecimentos e no engagement. O GIM é composto por cartas físicas que são complementadas por vídeos, visualizados numa interface concebida para este jogo, onde os conceitos, personagens e objetos são identificados através de imagens, palavras e LGP. Durante o seu processo de desenvolvimento, foi possível envolver uma equipa multidisciplinar, da qual fizeram parte uma professora Surda e uma intérprete de LGP. Posteriormente, para validar o seu conteúdo, foi constituído um grupo de discussão de professores especializados no ensino de crianças s/Surdas. Participaram no estudo 120 crianças, com idades compreendidas entre os três e os oito anos (M = 5,61; DP = 0,78), e sete professores de LGP e de educação especial de três escolas portuguesas. As crianças utilizaram o GIM nas suas salas de aula, com a ajuda dos professores participantes, que foram posteriormente entrevistados e as entrevistas foram analisadas utilizando procedimentos de análise de conteúdo mistos. Os resultados indicaram que o GIM tem potencial para apoiar o ensino da matemática e da LGP no pré-escolar e 1.º ciclos do ensino básico, especialmente em contextos de educação inclusiva. A natureza tangível do jogo facilitou a compreensão dos conceitos matemáticos e da LGP por parte das crianças, levando a um maior engagement no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, o jogo promoveu a sensibilização para a diversidade e para os princípios da educação inclusiva.

PIBID E O CÍRCULO DE CULTURA NA PERSPECTIVA FREIRIANA CONTRIBUINDO NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE FUTUROS EDUCADORES PARAENSES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Francimar Brito da Silva — 2024-05-10

A presente produção acadêmica intenta relatar uma das vivências experienciadas por bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- PIBID implementado em uma escola pública de educação básica em Belém do Pará. Trata-se de um relato de experiência de cunho descritivo, qualitativo com fundamentação teórica central na perspectiva freiriana do círculo de cultura. Desse modo, e com intuito de respaldar as intervenções pedagógicas realizadas com crianças do 2º ano do ensino fundamental participantes do programa, pretende-se confirmar a proposição de que o PIBID, através do método do círculo de cultura de Paulo Freire, numa perspectiva de uma formação contextualizada, ética e estética de graduandos de pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA, contribui para a construção identitária de pedagogos em formação.

O ACESSO E A PERMANENCIA DE EDUCANDOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE PARINTINS NO BAIXO AMAZONAS

Samuel Almeida Costa — 2024-05-11

A presente pesquisa analisou como ocorre o acesso e a permanência de crianças com altas habilidades e superdotação em uma escola pública de Parintins-AM, pois entende-se que esse público ainda é invisibilizado pelas políticas públicas, não tendo acesso garantia dos seus direitos e uma educação de qualidade que venha suprir suas necessidades específicas, dito isso, entende-se que se faz necessário uma adequação da escola para receber esses alunos e oportunizar suporte didático e pedagógico necessário para suprir suas necessidades educacionais bem como desenvolver suas habilidades. Além de descrever as principais características destes indivíduos que os diferem de outros estudantes, para tanto esta pesquisa foi feita por meio de observações no ambiente escolar e pesquisa bibliográfica.

FALTA DE ACESSIBILIDADE DOS SURDOS NO CONTEXTO DA SAÚDE: DESAFIOS ENCONTRADOS NO MUNICÍPIO DE PENEDO - ALAGOAS

Julia Evily Rocha Silva — 2024-05-10

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar as dificuldades de acessibilidade com relação a pessoas surdas. Com a realidade das leis e o que elas declaram sobre a necessidade de proporcionar aos cidadãos, suporte suficiente para ter acesso a saúde. O trabalho busca a compreensão de demandas e dificuldades de pessoas acometidas pela surdez em locais voltados à saúde. A realidade das pessoas surdas se configura como uma questão humanística e principalmente, de inclusão social. A inclusão social, corresponde a um processo que precisa ser compreendido, considerando especificidades da história e cultura de determinado povo ou comunidade. A saúde ainda não contempla as pessoas surdas, visto que, barreiras existem de várias formas e possibilita um distanciamento dos sujeitos. Não existem profissionais capacitados, assim como falta intérpretes, tecnologia e políticas públicas para suprir as necessidades. A compreensão de problemas é uma forma de amenizar os danos causados por uma omissão de cuidados que as pessoas surdas sofrem constantemente quando procuram a saúde. A inserção da língua de sinais no currículo de um médico é de extrema importância para se estabelecer confiança no trabalho e cuidado com o sujeito. Os cidadãos possuem direitos, entre eles o de ter educação, saúde, trabalho, lazer e outros. A Constituição Brasileira prevê intérpretes de Libras ou que os profissionais tenham esse conhecimento, mas a realidade é bem distante. É necessário estudar essas questões para um entendimento amplo do que é preciso fazer para uma melhora efetiva nas lacunas da saúde. Assim, a comunidade surda poderá ter plena ciência de um direito que é para todos, mas que muitas vezes está restrito para eles. Trazendo a perspectiva da realidade da cidade de Penedo Alagoas.

PROBLEMATIZANDO A “ATUALIZAÇÃO” DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ANO DE 2018 EM RELAÇÃO À INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR

Amabriane da Silva Oliveira Shimite — 2024-05-11

No ano de 2018 foi proposta a reavaliação da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva inclusiva no Brasil, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Nesse sentido, seria possível propor uma reflexão sobre o histórico da Educação Especial e da perspectiva inclusiva no Brasil, bem como da história da Educação Superior e relacioná-los com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva de 2008 e com as propostas divulgadas pelo MEC de atualização desse documento, sob o ponto de vista das políticas públicas para o ensino superior no ano de 2018? Por meio desse resgate histórico, o presente artigo busca problematizar as discussões a respeito da atualização da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva inclusiva frente a inclusão no ensino superior tecendo uma crítica ao explicitá-lo em relação à Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA NO CURSO DE PEDAGOGIA DA FFP/UERJ: a monitoria de educação especial em contexto pandêmico

Ana Clara Regis Ivo — 2024-05-10

Este relato de experiência é efeito do processo formativo numa Monitoria do Programa CETREINA da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e tem como objetivo dar a ver como se organizaram os Períodos Acadêmicos Emergenciais (PAE) efeito da Pandemia de Covid-19 no segundo semestre de 2020 e primeiro de 2021, na Faculdade de Formação de Professores (FFP), principalmente no Eixo “Diversidade, Diferenças e Politicas de Educação Inclusiva”, do Curso de Pedagogia dessa unidade da UERJ. O recorte narrado faz parte de um dos capítulos da Monografia de Final de Curso e que foi reconhecida pelas pareceristas avaliadoras como uma das primeiras sistematizações do trabalho feito pela instituição que registra o período histórico atravessado. O texto narra a conversa e efeitos de três entrevistas à professoras participantes do processo que contextualizam o trabalho da Monitoria de Educação Especial no período.

ALÉM DO SILÊNCIO: reflexões sobre as narrativas (auto)biográficas de uma professora surda que ensina Matemática no Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Edvanilson Santos de Oliveira — 2024-05-10

O presente estudo constitui-se como um recorte da pesquisa de doutoramento, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática - PPGEduMat, da Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, já finalizado. Temos, como objetivo central, investigar como se estabelecem as relações com o saber de uma professora surda que ensina Matemática em uma perspectiva inclusiva. Para este artigo, dentre as professoras que ensinam Matemática no Atendimento Educacional Especializado (AEE), elegemos, como corpus, a escrita reflexiva de uma das participantes, com intuito de dar voz às suas experiências e desafios vividos, descritos a partir de uma narrativa (auto)biográfica. A pesquisa de campo ocorreu por meio de oficinas virtuais, sendo realizadas em parceria com o Grupo de Pesquisa Formação e Educação Matemática – FORMEM e a Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência - FUNAD. Os dados foram analisados à luz da Teoria da Relação com o Saber, com base na técnica de leitura interpretativa-compreensiva, emergindo duas unidades temáticas, a primeira, denominada Identidade pessoal e exclusão e, a segunda, Identidade profissional. O estudo revela que não é possível separar a identidade pessoal do eu profissional, sobretudo, numa profissão essencialmente humana. Não obstante, mostra-nos que os momentos de exclusão vividos podem vir a afetar as relações estabelecidas com o saber.

LIBRAS INSTRUMENTAL: Noções Básicas, como metodologia ativa na promoção de acessibilidade

Iranides Silva Melo Neto — 2024-05-11

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil. O projeto extensionista "LIBRAS INSTRUMENTAL: NOÇÕES BÁSICAS" tem como objetivo principal promover o reconhecimento e respeito à Libras como uma língua legítima. A disseminação desta língua é crucial para a inclusão e plena participação das pessoas surdas na sociedade, garantindo o respeito aos seus direitos conforme as leis vigentes. Esta iniciativa visa avaliar a participação do público em ações de extensão voltadas à acessibilidade, com o intuito de alcançar uma ampla adesão da comunidade interna e externa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A metodologia adotada abrange diversas abordagens, como aulas expositivas, práticas, participativas e interativas, visando proporcionar um aprendizado significativo dos participantes.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA CONTEMPORANEIDADE: DIREITOS HUMANOS E DEMOCRACIA

Daniele Francisco de Araujo — 2024-05-11

A finalidade deste artigo é discutir sobre Educação Inclusiva na contemporaneidade sob a ótica dos direitos humanos e de uma educação democrática. Para isso, são utilizadas as contribuições de três autores referência em educação: Lev SemionovitchVigotski, Paulo Freire e Gert Biesta. A escolha por esses autores aconteceu durante as disciplinas do curso de doutorado em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Apesar de distantes cronologicamente, os autores tornam-se próximos em suas elucidações quanto à educação como um direito de todos, o que está de acordo com a política de Educação Inclusiva. Trata-se de uma revisão de literatura dividida em três partes: educação inclusiva como direito humano, processo de ensino e aprendizagem para a educação inclusiva e educação inclusiva para a democracia. As considerações finais comportam o reconhecimento e valorização da diversidade enquanto constitutiva do ser humano, assim como da democracia para o ser social, o que é objeto de reflexão para a educação inclusiva na contemporaneidade.

PONTOS E CONTRAPONTOS DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL: A GARANTIA DA ACESSIBILIDADE EM XEQUE

Eliza Marcia Oliveira Lippe — 2024-05-10

O objetivo deste artigo é analisar os pontos e contrapontos dos recursos de acessibilidade disponibilizados pelos Governos Estaduais e Municipais para a garantia de acesso e permanência dos estudantes público da Educação Especial na escola no período de 2020 a 2021. Desta forma, a reflexão central do texto foi: o direito ao acesso e a permanência à educação de estudantes público da Educação Especial foram garantidos com o projeto educacional implementado durante o período de isolamento social? Para tanto, utilizou-se como metodologias a pesquisa documental e análise de websites referentes a temática do estudo. Os resultados evidenciaram a exclusão que o ensino remoto proporcionou a estes alunos no processo de aprendizagem.

CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E DE LEITURA: diferentes modos de compreensão

Rafael de Arruda Bueno José Miguel — 2024-05-11

Esse artigo é um recorte da dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Educação da Unicamp. O objetivo é apresentar e discutir as concepções de linguagem que podem envolver o trabalho do professor quando no planejamento e execução de qualquer atividade pedagógica, sobretudo naquelas que envolvam o trabalho com leitura em sala de aula ou algum tópico sobre o desenvolvimento de língua e linguagem dos alunos. A metodologia do trabalho se ancora na abordagem qualitativa por meio da pesquisa do tipo revisão bibliográfica, a qual sintetiza diferentes fontes bibliográficas relevantes, a partir da análise de autores que discutem as concepções de linguagem. O trabalho concluiu que diferentes formas de conceber a linguagem, bem como as diversas noções acerca da definição de leitura influenciam a prática do professor, conduzindo suas escolhas de materiais, de atividades e de avaliação dos alunos. Defendemos que a concepção de linguagem como interação é a que promove uma relação ensino-aprendizagem crítica, com respeito as ideias do educando e sua participação ativa em sala de aula.

PERFIL E CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE SALA COMUM PARTICIPANTES DE UMA AÇÃO FORMATIVA SOBRE INCLUSÃO ESCOLAR NO VALE DO MUCURI

Jáima Pinheiro de Oliveira — 2024-05-11

Uma das maiores e mais atuais demandas da área de Educação é o apoio especializado para o processo de inclusão escolar. O presente relato de pesquisa se insere nesse contexto e tem como objetivo apresentar resultados sobre o perfil de professores que participaram de uma ação formativa conduzida em um município de pequeno porte, do Vale do Mucuri, assim como algumas concepções deles sobre o processo de inclusão escolar. Essa ação faz parte de um projeto maior que consolida uma rede de apoio para a inclusão escolar atuante em municípios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Participaram dessa etapa 52 professores regentes. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de um formulário online (Google Forms) e serviram de base para o planejamento de uma ação formativa. Destacamos os seguintes resultados: 46 mulheres e seis homens participaram dessa ação; mais da metade (28) possuía acima de 15 anos de experiência na educação básica; todos os participantes relataram não possuir nenhum tipo de experiência em educação especial e três não possuíam formação em nível de graduação. Em relação às concepções, a maioria (34) dos professores mencionou ser necessário obter “maior conhecimento e capacitação” para atuar com perspectiva inclusiva e sobre o suporte especializado e o planejamento curricular, a maioria dos professores relataram conhecer o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), mas chamou a atenção que 15 (29,0%) professores mencionaram não conhecê-lo. Os dados permitiram conduzir uma ação formativa enfatizando a necessidade de mobilização de conhecimentos básicos, especialmente relacionados ao direito fundamental das pessoas com deficiência à educação, na perspectiva da educação inclusiva.