Da ideologia ao poder: reflexões sobre o paradigma da humanização policial militar no Brasil

Autores

  • Fábio Gomes de França

DOI:

https://doi.org/10.30810/rcs.v1i2.475

Resumo

Este artigo diz respeito a reflexões teóricas, no campo sociológico, sobre o paradigma da humanização policial militar em nosso país. Nossa argumentação parte da visão de que as práticas das Polícias Militares (PMs) atualmente não podem ter como modelo explicativo a visão althusseriana de ``aparelhos repressivos de Estado'', diante do fenômeno da humanização policial. Neste caso, poderíamos até considerar as PMs como ``aparelhos ideológicos'' e não apenas repressivos de Estado por meio da humanização policial, mas tratar este assunto pelo viés ideológico seria desconsiderar que a imagem humanizadora das PMs está eivada por relações estratégicas de poder. Tais relações têm sustentado uma imagem que permitiu certa ``aceitação'' das Polícias Militares nas comunidades periféricas pelo reconhecimento do discurso humanizador PM. Por fim, o que está em jogo é um controle social mais sofisticado das populações periféricas por meio de uma ``sociabilidade estratégica'', a partir da qual saber e poder se entrelaçam para garantir a dominação estatal pela cooperação dos próprios dominados.

Palavras-chave: Polícia militar, humanização policial, ideologia, controle social.

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Publicado

2018-03-01

Como Citar

França, F. G. de. (2018). Da ideologia ao poder: reflexões sobre o paradigma da humanização policial militar no Brasil. REVISTA CIÊNCIAS DA SOCIEDADE, 1(2), 39–65. https://doi.org/10.30810/rcs.v1i2.475