LINGUAGEM E MEMÓRIA ENTRE INDÍGENAS E POVOS TRADICIONAIS NA AMAZÔNIA
Resumo
Estão expostos neste artigo, os resultados parciais de uma das vertentes de pesquisa desenvolvidas pelo projeto de extensão “A Hora do Xibé”, cujo foco volta-se para o estudo da Linguagem e memória entre indígenas e povos tradicionais na Amazônia. Todos os povos têm a sua própria linguagem e o seu modo particular de falar. A linguagem das pessoas simples ou das classes populares geralmente é vista com desprezo e desdém pelos membros das classes médias ou dominantes, que se consideram como mais “cultos”, “educados” e “civilizados”. As crenças, a medicina, a religiosidade e a sabedoria dos moradores da região geralmente são tratadas como “lendas”, “crendices” ou “superstições”, quando na verdade são mitos, crenças ou religião. Para isso, foram realizados estudos bibliográficos, fichamentos, entrevistas com lideranças, e visita ao Território Indígena Cobra Grande que abrange as aldeias de Lago da Praia (etnia Jaraqui); Caruci (etnia Arapium), Arimum (Etnia Arapium), e Garimpo (etnia Tapajó) – Baixo Tapajós e a Aldeia de Aminã. Foram feitas gravações de relatos sobre histórias, memórias, crenças, mitos e medicina tradicional ligadas à pajelança amazônica, benzedores, curadores, parteiras, puxadores visando a divulgação no programa de rádio “A Hora do Xibé”, na Rádio Rural de Santarém. As informações transmitidas no Programa “A Hora do Xibé” contribuem para reforçar a auto-identificação e a autoestima desses povos e provocar a interação entre eles, a sociedade e o conhecimento. Ao ouvirem suas histórias ecoando pela rádio sentem-se mais valorizados e reconhecidos como povos legítimos, portadores de uma identidade étnica diferenciada que legitima sua cultura.
Palavras-chave: Linguagem, memória, crenças, povos tradicionais.