Pajelança nas adjacências do Rio Amazonas: dimensões sociopolíticas e cosmológicas

Autores

  • Leandro Mahalem de Lima

DOI:

https://doi.org/10.30810/rcs.v3i5.985

Palavras-chave:

Corpo e pessoa, xamanismo, indígenas e caboclos, Baixo Tapajós Amazônia brasileira

Resumo

Este ensaio etnográfico e comparativo aborda dimensões sociopolíticas e cosmológicas da “pajelança” entre as populações ribeirinhas - indígenas e caboclas - que habitam a zona de confluência entre os rios Tapajós, Arapiuns e Amazonas, em Santarém (centro-oeste do Pará). Baseado primariamente em diálogos e narrativas a que tive acesso durante pesquisas de campo realizadas entre 2008 e 2015, dialogo com estudos indígenas e rurais, clássicos e contemporâneos, exploro questões como: o que existe, como funciona e que sentidos tem um mundo que pressupõe a existência de sacacas e encantados? Quais as especificidades e efeitos sobre pessoas e coletivos, das ações rituais praticadas pelos sacacas? Por que e como a cultura dos sacacas é simultaneamente indígena e sincrética? O sincretismo pode ser entendido como modo de relação indígena, porque opera como estratégia de controle de poderes “de fora”, que remete diretamente ao tema da abertura nas filosofias ameríndias. Não se trata de obliterar a importância da “mestiçagem” nas adjacências do rio Amazonas, mas de reconhecer as capacidades indígenas de incorporar pessoas, saberes e fazeres ao seu próprio estilo de civilização aberta, plural e não-centralizada.

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Publicado

2019-08-12

Como Citar

Lima, L. M. de. (2019). Pajelança nas adjacências do Rio Amazonas: dimensões sociopolíticas e cosmológicas. REVISTA CIÊNCIAS DA SOCIEDADE, 3(5), 61–91. https://doi.org/10.30810/rcs.v3i5.985