Espaços públicos como matriz de gestão educacional em Gurupá: resistência política por uma escola popular para o povo
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n4ID1022Resumo
Este artigo tem a intenção de demarcar os fundamentos do projeto educacional hegemônico na sociedade brasileira no final do século passado e seu reflexo nas políticas educacionais de Gurupá, município paraense. Investiga de que forma, em contraponto ao modelo hegemônico, o governo municipal traçou possibilidades contra-hegemônicas de se conceber e executar sua política pública em educação. Além da análise de entrevistas semi estruturadas, realizadas em Gurupá, optamos por demarcar um recorte histórico a partir da Constituição Federal de 1988, com realização de pesquisa documental e bibliográfica. As análises feitas nesse artigo demonstram a importância política do processo de municipalização quando concebido como possibilidade de se aproximarem as prioridades de gestão como resposta institucional às reivindicações da sociedade civil, especialmente advindas das camadas populares, qualificando as relações democráticas e participativas entre os agentes envolvidos, respeitando a legalidade da norma e, fundamentalmente instalando outra cultura de gestão alternativa à cultura hierárquica entre os entes federativos. Nesse sentido, concluímos que, em Gurupá, a organização das relações de poder local se organizam a partir de uma racionalidade de resistência, na qual o processo de educação popular, realizado a partir das comunidades eclesiais de base, constitui a base de sustentação dessa dinâmica, que contraria a hegemônica na região, baseada em lógicas clientelistas e patrimonialistas.
Palavras-chave: Descentralização. Espaço Público. Educação Municipal.