A educação literária na formação de adolescentes e jovens
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n5ID1098Resumo
INTRODUÇÃO
Como meus pais não foram bem-sucedidos, na vida, eles também não me influenciavam, não me davam força pra estudar. Achavam que quem entrava numa universidade era filho de rico, acho que eles não acreditavam que um pobre também pudesse ter conhecimento, pudesse ser inteligente, sabe? Pra eles o máximo era terminar o ensino médio e arrumar um emprego, trabalhar de roça, tipo de vendedor, alguma coisa desse tipo. Acho que nunca me sonharam sendo um psicólogo; nunca me sonharam sendo um professor; nunca me sonharam sendo um médico (NUNCA ME SONHARAM, 2017).
É assim que Felipe Lima, um estudante de 17 anos, de Nova Olinda, no Ceará, resume a compreensão que tem das possibilidades de educação e trabalho para jovens pobres no Brasil. Seu depoimento faz parte do documentário Nunca me sonharam (2017), dirigido por Cacau Rhoden e patrocinado pelo Instituto Unibanco. O filme apresenta depoimentos de estudantes, educadores e especialistas sobre a relação de adolescentes e jovens com a escola, especialmente com o ensino médio. A fala do jovem cearense contempla as angústias e esperanças dos estudantes que participam do documentário, oriundos de escolas públicas de sete estados brasileiros.