Classes experimentais baianas e a quebra de paradigmas curriculares: do programa de matemática à prática educativa nas décadas de 1960 e 1970
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n5ID1107Resumo
As classes experimentais baianas foram parte do projeto de modernização do ensino desenvolvido durante as décadas de 1960 e 1970. Coordenadas pelo CECIBA em época de Ditadura Militar no Brasil, cumpriram importante meta de difundir uma proposta de ensino (de Matemática) mais inovador, principalmente, no que diz respeito a conteúdos e métodos de ensino utilizados. As experiências realizadas em diferentes escolas de Salvador foram palcos de testes de novos programas e estratégias de ensino, mobilizando saberes a ensinar e para ensinar (HOFSTETTER; VALENTE, 2017) naquele contexto de experimentação pedagógica. Estes saberes, oriundos, principalmente, de cursos de aperfeiçoamento para professores, oferecidos pelo CECIBA, foram analisados, a partir das narrativas disponibilizadas em entrevistas semiestruturadas fornecidas por professores e alunos envolvidos na experiência do Colégio Estadual Luiz Pinto de Carvalho. Pretendemos discutir neste artigo, portanto, como as classes experimentais baianas, constituídas por uma iniciativa de transformação curricular a partir da institucionalização da Matemática Moderna, representaram um período de avanços no ensino (de Matemática) com repercussões importantes na vida dos personagens envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que toma como referenciais a perspectiva de história cultural de Chartier (1990), aliada à concepção de solidariedade (RORTY apud ASSIS, 2013) e à ideia de experiência (LARROSA, 1994).
Palavras-chave: Classes experimentais. Inovação curricular. Matemática Moderna.