Diálogos e memórias de Luiz Gama e intelectuais negros em ações políticas e currículos escolares na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1140Resumo
O presente artigo pretende dialogar com as memórias de Luiz Gama - intelectual negro que passou pela experiência de ter sido escravizado; baiano; filho de uma africana livre e de um pai branco que o vendeu como escravo e outras construções de intelectuais negros na perspectiva do saber científico e identitário que vem sendo esquecido nos currículos escolares, inviabilizando o respeito, a dignidade e o lugar de fala de negras e negros, baseados na ancestralidade, na oralidade, na cosmovisão africana e afro-brasileira que lutaram e continuam lutando na resistência, através de suas militâncias sociais com caráter identitário e seus objetivos sobre o campo da produção acadêmica de negros, contrariando paradigmas que tentam invisibilisar a história do negro, silenciando-o diante de regimes totalitários e coloniais. O desejo aqui é poder encontrar algumas formas para que Luiz Gama e outros autores negros cheguem aos livros didáticos e possam ser reconhecidos e celebrados com os valores a eles identificados para a constituição de uma formação escolar básica que contrarie a visão do “outro”, do branco e do europeu, projetando os negros intelectuais brasileiros fora de cristalizações e estereótipos, que por muito tempo o animalizou, ignorando-o e perseguindo-o na tentativa de abafar seu lugar de fala.
Palavras-chave: Memórias. Negros. Currículos.