Sentidos atribuídos à formação técnica integrada ao Ensino Médio por estudantes
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1257Resumo
Neste trabalho, o objetivo é analisar os sentidos que estudantes atribuem à sua formação em um curso técnico integrado ao ensino médio. À luz do referencial da Psicologia Histórico-Cultural e por meio de entrevistas semiestruturadas, realizamos uma pesquisa com quatro adolescentes, estudantes do último ano do Curso de Edificações no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO). Os resultados demonstram que a contradição atravessa a formação profissional ofertada e recebida pelos estudantes, uma vez que seu objetivo é prepará-los para o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, auxiliar na preparação e na continuidade da escolarização no ensino superior. Tal dualidade estrutural impacta significativamente na formação de sentidos para os alunos, os quais acreditam estar em vantagem no cenário competitivo do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que observam desvantagens no ingresso ao ensino superior. Em vez da ênfase no ensino propedêutico, em um curso técnico, o foco maior é nos conhecimentos técnicos específicos à formação em engenharia civil e arquitetura, por exemplo. Além disso, os sentidos predominantes revelaram a contraposição entre oportunidades educativas e perspectivas de futuro para esses jovens de camadas populares. O excesso de atividades de estudo e de cobranças é por eles considerado como meio para que atinjam mais autonomia e responsabilidade, entendidas como requisitos importantes na inserção competitiva.
Palavras-chave: Adolescência. Educação Técnica integrada ao Ensino Médio. Sentidos.