A REPRESENTAÇÃO CULTURAL NAS BRINCADEIRAS INFANTIS DE CRIANÇAS QUE VIVEM NO CAMPO, EM JI-PARANÁ/RO
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2022v12n1ID1692Palavras-chave:
Infância. Cultura. Identidade.Resumo
A reflexão apresentada neste texto parte de um recorte da pesquisa realizada durante o Mestrado Profissional em Educação Escolar, do Programa de Pós-graduação em Educação Escolar – Mestrado e Doutorado Profissional – PPGEEProf, concluído em 2018. Partiu-se do princípio de que a brincadeira está naturalmente presente na infância. Com isso, buscou-se observar as brincadeiras espontâneas infantis no âmbito escolar e compreender a sua representação cultural, se eram e como eram consideradas nas práticas pedagógicas com crianças de quatro e cinco anos de idade. A pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou para a coleta de dados a observação participante, que foi registrada em diário de bordo e registro fotográfico. A observação foi realizada na turma mista de Pré-Escolar I e II, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Edson Lopes, localizada na área rural no município de Ji-Paraná/RO. Participaram da pesquisa a professora da turma e 16 crianças entre quatro e cinco anos de idade. Para analisar os dados utilizou-se o referencial teórico da Sociologia da Infância, tendo como principais referências Sarmento e Gouvea (2008), Abramowicz (2011), Faria e Finco (2011) e Corsaro (2011). As contribuições desta área de estudo concebem a criança como sujeito, protagonista da história e dos processos de socialização, apontando a importância dos interesses infantis em questões que diretamente lhes afetam, de que se constituem na cultura, que produz cultura e a influencia. A análise realizada aponta que as brincadeiras infantis são carregadas de sentido e representam parte das vivências cotidianas das crianças e que nelas estão presentes práticas culturais de dentro e de fora da comunidade. Por outro lado, a pesquisa evidenciou que ainda não foram percebidas pela professora as ricas possibilidades advindas da observação das culturas infantis que podem ser consideradas na prática pedagógica com as crianças. Observa-se a necessidade de formação continuada que oriente o olhar docente para a observação e a escuta das crianças.
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