CLUBE DE CIÊNCIAS REMOTO: proposta motivadora em tempo de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2022v12n1ID1763Palavras-chave:
Estratégias pedagógicas , Motivação, Clube de CiênciasResumo
A efetivação do letramento científico se torna cada vez mais distante de ser alcançado em tempo de Pandemia, discentes e docentes vivenciam um contexto atípico e com restrições diversas. Dificuldades encontradas no processo de ensino e aprendizagem podem ocasionar a desmotivação dos envolvidos. Nessa perspectiva, faz-se necessária a utilização de diferentes estratégias para que o aluno se sinta motivado no processo de apropriação dos saberes culturalmente estabelecidos, além de ter fortalecidas as suas relações interpessoais, o sentimento de competência e a autonomia. Assim, o objetivo deste artigo é analisar o impacto de um Clube de Ciências realizado de maneira exclusivamente remota como uma estratégia motivadora para a formação dos alunos nas áreas de Ciências. Utilizou-se a teoria das Necessidades Psicológicas Básicas (NPB) e da Autodeterminação de Deci e Ryan, que trata da regulação da motivação através das NPB de autonomia, competência e pertencimento. A metodologia da pesquisa se deu de forma híbrida, com instrumento qualitativo e quantitativo. Como resultado foi observado que o Clube de Ciências, exclusivamente remoto, nutriu a motivação dos discentes envolvidos. Porém, o acesso à internet fora um dificultador. Dessa forma, conclui-se que a implementação do clube pode ser uma estratégia para motivar os alunos na apropriação de saberes, no fortalecimento das relações entre os clubistas, algo muito importante nesse contexto restritivo, além de favorecer a autonomia e o sentimento de Competência dos envolvidos, fatores esses que podem ser intensificados se todos os membros tiverem acesso à internet para os encontros síncronos.
Palavras-chave: Estratégias pedagógicas. Motivação. Clube de Ciências.
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