O TRABALHO DOCENTE E A CONDIÇÃO DE PROLETARIZAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS EM UMA CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS: necessidades e perspectivas
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2023v13n1ID2171Palavras-chave:
Trabalho docente, Proletarização, Ensino de ciências e biologiaResumo
O trabalho docente vem sofrendo diversas mudanças, muitas delas realizadas por grupos hegemônicos, mas muitas conquistas da categoria organizada a fim de se tornar cada vez mais valorizado. A docência no Brasil veio, primeiramente, por meio dos jesuítas que ministravam as aulas seguindo o catolicismo, sendo substituída pela reforma pombalina e subsequente pela burguesia moderna, que tornou-a laica e direito dos cidadãos, de acordo com seus interesses de classe. Contudo, essa tarefa não significou equidade, mas uma formação que atendeu às demandas do modo de produção em seu contexto social, econômico e político. Como profissão, muitas vezes a função social do trabalhador docente foi vinculada somente a uma missão ou até mesmo vocação, visto que ainda é possível identificar estes discursos. Esta pesquisa buscou compreender a concepção do trabalho docente pelos professores de Ciências e Biologia de uma cidade do Sul de Minas Gerais, considerando seus desafios e possibilidades. Assim, esta investigação se configurou uma pesquisa qualitativa do tipo de campo, em que coletamos dados por meio de entrevista semiestruturada e questionário online. A partir dos dados coletados, procuramos refletir acerca das concepções dos professores sobre a profissão docente, suas condições de trabalho e as possibilidades e desafios que percebem para lidar com a realidade da profissão docente. Neste sentido, nossos dados indicaram que a profissão docente é extremamente importante para uma sociedade democrática, mas que enfrenta diversos desvios para se concretizar enquanto profissão, desde o melhor reconhecimento social, da sociedade civil e da sociedade política, na esfera do Estado.
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