O TRABALHO DOCENTE E A CONDIÇÃO DE PROLETARIZAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS EM UMA CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS: necessidades e perspectivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24065/2237-9460.2023v13n1ID2171

Palavras-chave:

Trabalho docente, Proletarização, Ensino de ciências e biologia

Resumo

O trabalho docente vem sofrendo diversas mudanças, muitas delas realizadas por grupos hegemônicos, mas muitas conquistas da categoria organizada a fim de se tornar cada vez mais valorizado. A docência no Brasil veio, primeiramente, por meio dos jesuítas que ministravam as aulas seguindo o catolicismo, sendo substituída pela reforma pombalina e subsequente pela burguesia moderna, que tornou-a laica e direito dos cidadãos, de acordo com seus interesses de classe. Contudo, essa tarefa não significou equidade, mas uma formação que atendeu às demandas do modo de produção em seu contexto social, econômico e político. Como profissão, muitas vezes a função social do trabalhador docente foi vinculada somente a uma missão ou até mesmo vocação, visto que ainda é possível identificar estes discursos. Esta pesquisa buscou compreender a concepção do trabalho docente pelos professores de Ciências e Biologia de uma cidade do Sul de Minas Gerais, considerando seus desafios e possibilidades. Assim, esta investigação se configurou uma pesquisa qualitativa do tipo de campo, em que coletamos dados por meio de entrevista semiestruturada e questionário online. A partir dos dados coletados, procuramos refletir acerca das concepções dos professores sobre a profissão docente, suas condições de trabalho e as possibilidades e desafios que percebem para lidar com a realidade da profissão docente. Neste sentido, nossos dados indicaram que a profissão docente é extremamente importante para uma sociedade democrática, mas que enfrenta diversos desvios para se concretizar enquanto profissão, desde o melhor reconhecimento social, da sociedade civil e da sociedade política, na esfera do Estado.

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Biografia do Autor

Priscila Olindo Alves, Universidade Federal de Itajubá

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI; Professora de Ciências da Natureza e Biologia em escolas privadas de Jacareí/SP e região. Tem experiência na elaboração de materiais didáticos para o ensino de Ciências da Natureza e Biologia.

Marcela de Moraes Agudo, UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Professora Assistente Doutora no Departamento de Ciências Humanas e Ciências da Nutrição e Alimentação do IBB da Universidade Estadual Paulista, UNESP/Botucatu. Licenciada e Bacharel em Ciências Biológicas pela UNESP/Botucatu (bolsista PIBIC e FAPESP). Pedagoga pela UNESP/Bauru. Mestra e Doutora em Educação para a Ciência na UNESP/Bauru (bolsista CAPES - Proex e FAPESP), pesquisando a educação ambiental na formação de professores. Participa, desde 2011, do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental (GPEA), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência da UNESP/Bauru. Tem experiência profissional na Educação Básica, atuando na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e na Secretaria Municipal de Educação de Bauru/SP; e no Ensino Superior, como professora nos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Pedagogia na UNESP/Bauru e como Professora do Magistério Superior do Instituto de Recursos Naturais (IRN) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), no período de 2018 a 2022. Principais temas de pesquisa: Sociedade e Natureza. Ensino de Ciências da Natureza e Biologia. Educação Ambiental. Formação de Professores. Fundamentos da educação. Trabalho docente. Escola pública.

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Publicado

2023-03-23

Como Citar

OLINDO ALVES, P.; DE MORAES AGUDO, M. O TRABALHO DOCENTE E A CONDIÇÃO DE PROLETARIZAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS EM UMA CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS: necessidades e perspectivas. Revista Exitus, [S. l.], v. 13, n. 1, p. e023024, 2023. DOI: 10.24065/2237-9460.2023v13n1ID2171. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/2171. Acesso em: 5 out. 2024.

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Artigos