PATOLOGIZAÇÃO E MEDICALIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR E O DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24065/re.v14i1.2598

Palavras-chave:

Medicalização da Vida Escolar, Patologização da Vida Escolar, Sistema Educacional Brasileiro

Resumo

A partir de uma reflexão teórica sobre as concepções acerca da medicalização e da patologização da vida escolar, este artigo busca compreender como esses fenômenos influenciam a condução dos processos de ensino e de aprendizagem e no exercício do direito social à educação no contexto brasileiro. O estudo caracteriza-se como ensaio teórico derivado de uma pesquisa bibliográfica. As conclusões obtidas demonstram a necessidade de se romper com as visões organicistas, bem como de se constituir políticas sociais, inclusive educacionais, que respeitem a diversidade humana e os diferentes modos de aprender, mas também enfrentem a desigualdade social brasileira.

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Biografia do Autor

Ronia Carla de Oliveira Lima Potente, Instituto Federal Fluminense

Possui graduação em Administração pela Universidade Federal Fluminense (2000), graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2010), especialização em Gestão Educacional pelo Centro de Ensino Superior FABRA (2013) e especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Fundação Educacional e Cultural São José (2015). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF).

Jonis Manhães Sales Felippe, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Doutorado em Políticas Sociais, Professor do Instituto Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.

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Publicado

2024-06-03

Como Citar

POTENTE, R. C. de O. L. .; FELIPPE, J. M. S. PATOLOGIZAÇÃO E MEDICALIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR E O DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO NO BRASIL. Revista Exitus, [S. l.], v. 14, n. 1, p. e024022, 2024. DOI: 10.24065/re.v14i1.2598. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/2598. Acesso em: 7 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos