CIÊNCIA, COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA: um diálogo necessário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24065/re.v14i1.2666

Palavras-chave:

CIÊNCIA, COMUNICAÇÃO, FORMAÇÃO HUMANA

Resumo

O debate sobre comunicação científica não é uma reflexão nova na área da Educação. Podemos, por exemplo, mencionar artigo da professora Denissa Catani (1996), que traz uma bela análise da relevância de periódicos na área da educação e destaca, a partir de alguns intelectuais franceses, que a tradição de periódicos científicos pode ser encontrada a partir da segunda metade do século XVIII, ou seja, o iluminismo revolucionário francês trouxe consigo a possibilidade de ampliação e divulgação da ciência. É necessário, contudo, chamar a atenção que a ampliação da divulgação científica e sua vulgarização ocorre, indubitavelmente, a partir do final do século XX e da primeira década do século XXI, em virtude de profundas mudanças tecnológicas promovidas pela ciência e que alteraram, definitivamente, o modo de comunicação entre as pessoas e os países. Em fins da década de 1950, Narander Kapany cunhou a expressão fibra ótica e patenteou a invenção, destinada primeiramente para o uso medicinal. Posteriormente, o fisico chinês Charles Kao, na década de 1960, fez uso da fibra ótica na telefonia. A partir de então, a comunicação passou por uma avalanche de transformações, todas produzidas por investigações científicas. Afinal, se os físicos dos anos de 1950 e 1960 puderam usar a fibra ótica na velocidade da luz, fazendo um trocadilho, foi porque quase cem anos antes, um outro físico, Jonh Tyndall provou que a luz não era algo “indobrável”, retilíneo e eternamente constante, como se pensava até então (Smith, 2005). Fiquem tranquilos, senhores, que não faremos aqui uma retomada do desenvolvimento científico da fibra ótica e da relevância da Física, como a ciência magna da humanidade, mas, sem dúvida, não podemos deixar de tributar às demais ciências o seu lugar e papel no desenvolvimento da comunicação social e educacional. Quem de nós que tem pouco mais de quarenta anos não esperava ansioso para receber as revistas impressas da Anped pelo correio? Não sei precisar, mas, certamente em 2015, as revistas da nossa Associação e demais periódicos ainda eram distribuídas pelo correio, ou seja, não tem uma década que deixamos de divulgar a ciência produzida no país por meio impresso. Eu mesma, até 2015, como editora de uma Coleção de Revistas, as Actas Scientiarum e, especialmente A Acta Scientiarum. Education, divulgava a produção científica no papel e pelos correios.
Desse modo, se hoje os periódicos, em sua esmagadora maioria, divulgam os resultados da ciência, produzida sob a forma de artigos e livros, no modo digital, é porque as pesquisas científicas possibilitaram essa realidade. Portanto, temos um cenário novo e um modo novo de difundir essas pesquisas promover para um público mais abrangente, especialmente, para aqueles que não pertencem a comunidade universitária. Nesse sentido, não podemos nos esquecer que a popularização da ciência está inserida nas pesquisas cientificas produzidas por nós mesmos. Lembremo-nos de Prometeu, que, na mitologia, deu a nós o fogo, o pai e a mãe de todas as artes.“Não me posso calar, nem protestar contra a sorte que me esmaga! Aí de mim! Os benefícios que fiz aos mortais atraíram-me este rigor. Apoderei-me do fogo, em sua fonte primitiva; ocultei-o no cabe de uma férula e ele tornou-se para os homens a fonte de todas artes e um recurso fecundo” (Esquilo, Prometeu...p. 12). Sou historiadora, historiadora da educação, professora há mais de três décadas e ocupo funções na editoração científica desde 1997. Entendo que não seria possível falar de comunicação científica sem manter a ideia de que a ciência, a sua comunicação e a educação são partes de uma memória histórica, que não pode ser descurada e muito menos, esquecida. Isto posto, observamos que desenvolveremos nossa exposição segundo três eixos basilares. O primeiro, refere- se ao entendimento de ciência, sem querer, certamente, trazer uma definição fechada de ciência. O segundo, dialogar, nos limites de tempo dessa exposição, com a definição de comunicação apresentada nos dias que correm e, por fim, teceremos alguns fios sobre a educação.

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Biografia do Autor

Terezinha Oliveira, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em História. Professora Titular do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação, junto a Universidade Estadual de Maringá/UEM.

Referências

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Publicado

2024-06-28

Como Citar

OLIVEIRA, T. CIÊNCIA, COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA: um diálogo necessário. Revista Exitus, [S. l.], v. 14, n. 1, p. e024023, 2024. DOI: 10.24065/re.v14i1.2666. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/2666. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Conferência