EPISTEMICÍDIO ACADÊMICO, RELAÇÕES DE GÊNERO E INTERSECCIONALIDADE: DESAFIO PARA UM CURRÍCULO DECOLONIAL, INCLUSIVO E PLURAL
DOI:
https://doi.org/10.24065/re.v15i1.2796Palavras-chave:
Epistemicídio Acadêmico, Currículo Decolonial, InterseccionalidadeResumo
O presente artigo resulta de um estudo que analisou as relações entre o epistemicídio, currículo escolar e as desiguladades de gênero, e seus possiveis desafios, com o objetivo de promover um currículo decolonial, inclusivo e plural, tendo como principal estratégia a abordagem interseccional. Apresentando a revisão bibliográfica crítica como porposta metodológica, que se fundamenta teoricamente nos conceitos chaves de epistemicídio, gênero, interseccionalidade e decolonialidade. Entre os autores referenciados neste texto temos: Boaventura de Souza e Santos, bell hooks, Maria Lugones, Aníbal Quijano, Kimberly Cresnshaw, Viveros Vigoya, entre outros. Está organizado em três eixos temáticos que estão interligados e com proposições em transformações de práticas acadêmicas através de um currículo mais equitativo e plural. Destaca ainda, como a interseccionalidade contribui para desestruturação do epistemicídio acadêmico e para a ressignificação e valorização dos diversos saberes, propiciando a construção de um currículo que reconhece e respeita as diversidades existentes e as experiências vividas pelos diferentes povos, principalmente os em situações de maiores vulnerabilidades.
Downloads
Referências
AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. [s.l.] Pólen Editorial, 2019.
BAUER, G. R. Incorporating Intersectionality Theory into Population Health Research Methodology: Challenges and the Potential to Advance Health Equity. Social Science & Medicine (1982), v. 110, p. 10–17, jun. 2014. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277953614001919. Acesso em: 30 nov. 2024.
BIROLI, F.; MIGUEL, L. F. Gênero, raça, classe: opressões cruzadas e convergências na reprodução das desigualdades. Mediações - Revista de Ciências Sociais, v. 20, n. 2, p. 27–55, 25 dez. 2015. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/24124. Acesso em: 30 nov. 2024.
COLLINS, P. H. Gender, Black Feminism, and Black Political Economy. The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, v. 568, n. 1, p. 41–53, 1 mar. 2000. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1049471.
Acesso em: 30 nov. 2024.
CRENSHAW, K. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, v. 1989, p. 139, 1989. Disponível em: https://heinonline.org/HOL/Page?handle=hein.journals/uchclf1989&id=143&div=&collection=. Acesso em: 30 nov. 2024.
CRENSHAW, K. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color. Stanford Law Review, v. 43, n. 6, p. 1241, jul. 1991. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1229039. Acesso em: 30 nov. 2024.
DULONG, D. DORLIN (Elsa), La matrice de la race. Généalogie sexuelle et coloniale de la nation française, préface de Joan W. Scott, Paris, La Découverte, coll. « Textes à l’appui – genre et sexualité », 2006,308 pages. Politix, v. no 77, n. 1, p. 208–210, 2007. Disponível em: https://journals.openedition.org/gss/1467. Acesso em: 30 nov. 2024.
FARO, A.; PEREIRA, M. E. Raça, racismo e saúde: a desigualdade social da distribuição do estresse. Estudos de Psicologia (Natal), v. 16, n. 3, p. 271–278, dez. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-294X2011000300009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 30 nov. 2024.
FERREIRA, M. R. D. S.; EITERER, C. L.; MIRANDA, S. A. de. Raça e gênero na construção de trajetórias de mulheres quilombolas. Revista Estudos Feministas, v. 28, 30 nov. 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/j/ref/a/wHHYYNvzFXGKfQjzj7JR9Jt/?format=html. Acesso em: 17 nov. 2022.
GONÇALVES, J. S.; FEITOSA, M. A. P. DESCOLONIZAR JÁ: PONTOS EM DEBATES SOBRE O EPISTEMICÍDIO. Complexitas – Revista de Filosofia Temática, v. 4, n. 2, p. 40–47, jan. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/complexitas/article/view/8054. Acesso em: 30 nov. 2024.
GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223-244, 1984. Disponível em: https://patriciamagno.com.br/wp-content/uploads/2021/04/GONZAL1.pdf. Acesso em: 30 nov. 2024.
GROSFOGUEL, R. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31, p. 25–49, abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/xpNFtGdzw4F3dpF6yZVVGgt/?lang=pt. Acesso em: 30 nov. 2024.
GUIMARÃES, A. S. A. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Revista de Antropologia, v. 47, p. 9–43, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ra/a/B8QfF5wgK3gzDNdk55vFbnB/?lang=pt. Acesso em: 30 nov. 2024.
HANKIVSKY, Olena. Intersectionality 101. The Institute for Intersectionality Research & Policy, SFU, 2014, 1-34. Disponível em: https://bccampus.ca/wp-content/uploads/2020/07/Hankivsky-Intersectionality101-2014.pdf. Acesso em: 01 dez. 2024.
HOOKS, B. Ain’t I a Woman: Black Women an femininism. 1981. Tradução livre da Plataforma Gueto. 2014. Disponível em: https://plataformagueto.files.wordpress.com/2014/12/nc3a3o-sou-eu-uma mulher_traduzido.pdf. Acesso em: 01 dez. 2024.
KERNER, I. Tudo é interseccional?: Sobre a relação entre racismo e sexismo. Novos estudos CEBRAP, p. 45–58, jul. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/nec/a/xpdJwv86XT8KjcpvkQWHKCr/. Acesso em: 01 dez. 2024.
LIRA, L. C. da S. P. de. Elementos teopedagógicos afrocentrados para superação da violência de gênero contra as mulheres negras: diálogo com a comunidade-terreiro Ilè À Se Yemojá Omi Olodó e “O acolhimento que alimenta a ancestralidade”. 21 mar. 2014. Disponível em: http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/477. Acesso em: 15 nov. 2022.
LUGONES, M. Colonialidad y Género. Tabula Rasa, n. 9, p. 73–102, dez. 2008. Disponível em: https://revistas.unicolmayor.edu.co/index.php/tabularasa/article/view/1501. Acesso em: 01 dez. 2024.
LYKKE, N. Intersectional Analysis: Black Box or Useful Critical Feminist Thinking Technology | Semantic Scholar. Disponível em: https://www.semanticscholar.org/paper/Intersectional-Analysis%3A-Black-Box-or-Useful-Lykke/74f9fff7bfdca5f58d74a83ef8a6d9636ce9698c. Acesso em: 19 dez. 2022.
MARTINS, M. S. FORMAS DE SILENCIAMENTO DO COLONIALISMO E EPISTEMÍCIDIO: APONTAMENTOS PARA O DEBATE. 2018.
MIGNOLO, W. D. COLONIALIDADE: O LADO MAIS ESCURO DA MODERNIDADE. Revista Brasileira de Ciências Sociais, [s. l.], v. 32, p. e329402, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/nKwQNPrx5Zr3yrMjh7tCZVk/abstract/?lang=pt. Acesso em: 30 nov. 2024.
MOLL, J. Histórias de vida, história de escravo: elementos para uma pedagogia da cidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
MOUTINHO, L. Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. Cadernos Pagu, n. 42, p. 201–248, jun. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-83332014000100201&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 01 dez. 2024.
NECTOUX, A. Epistemicídio, Identidade e Educação: Uma reflexão crítica sobre o papel da escola na reprodução do racismo no Brasil e os auspiciosos caminhos abertos pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08. Abatirá - Revista de Ciências Humanas e Linguagens, v. 2, n. 4, p. 772–802, 15 dez. 2021. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/abatira/article/view/13090. Acesso em: 30 nov. 2024.
NEGRA, G. I. da M. E não sou uma mulher? - Sojourner TruthGeledés.8 jan. 2014. Disponível em: https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/. Acesso em: 12 fev. 2025.
NEVES, J. B.; PORTO, L. B.; SOARES, F. M.; VITAL, R. da S.; NEVES, J. B.; PORTO, L. B.; SOARES, F. M.; VITAL, R. da S. Interseccionalidade e as Mulheres Negras: Narrativas e Atravessamentos na Pós-Graduação. Revista e-Curriculum, v. 22, 2024. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1809-38762024000100217&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 01 dez. 2024.
OLIVEIRA, A. C. A. Lélia Gonzalez e o pensamento interseccional: uma reflexão sobre o mito da democracia racial no Brasil. INTERRITÓRIOS, v. 6, n. 10, p. 89–104, 14 abr. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/interritorios/article/view/244895. Acesso em: 01 dez. 2024.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder, globalización y democracia. Revista de Ciencias Sociales de la Universidad Autónoma de Nuevo León, Año 4, Números 7 y 8, sep. – abr. 2002. Disponível em: https://trayectorias.uanl.mx/public/anteriores/7y8/colonialidad.html. Acesso em: 30 nov. 2024.
RAMOS, P. C. NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016. Conexão Política, v. 8, n. 1, p. 93–96, 10 set. 2019. Disponível em: https://revistas.ufpi.br/index.php/conexaopolitica/article/view/9390. Acesso em: 01 dez. 2024.
RIOS, R. R. et al. Multiple discrimination and intersectional discrimination: inputs from Black Feminism and Antidiscrimination Law. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 16, p. 11–37, abr. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-33522015000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 01 dez. 2024.
RIVERA, É. C. (Re) pensar el género desde Abya Yala. Aportaciones del feminismo decolonial a la interseccionalidad y a la desnaturalización del sistema sexo-género. Nómadas: Critical Journal of Social and Juridical Sciences, n. 62, p. 37–50, 2021. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8527033. Acesso em: 01 dez. 2024.
ROSA, W. Sexo e cor: categorias de controle social e reprodução das desigualdades socioeconômicas no brasil. Revista Estudos Feministas, v. 17, n. 3, p. 889–899, dez. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-026X2009000300017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 01 dez. 2024.
SANTOS, B. de S. A Descolonização do Saber: De Ontem a Hoje. Cortez Editora, 2007.
SANTOS, B. de S. Descolonizar: Abrindo a história do presente. [s.l.] Autêntica Editora, 2023. 114 p.
SANTOS, B. de S. Epistemologias do Sul. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
SANTOS, E. F. dos; PINTO, E. A. T.; CHIRINÉA, A. M. A Lei no 10.639/03 e o Epistemicídio: relações e embates. Educação & Realidade, v. 43, p. 949–967, 9 abr. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/JXQP9M8NVGb6cCFH4hZwgFC/abstract/?lang=pt. Acesso em: 30 nov. 2024.
SANTOS, J. A. F. Classe Social, território e desigualdade de saúde no Brasil. Saúde e Sociedade, v. 27, p. 556–572, jun. 2018. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/sausoc/2018.v27n2/556-572/pt/. Acesso em: 03 dez. 2024.
SILVA, C. S. M. da. Feminismo popular na AMB: Uma experiência brasileira. Enfoques, v. 15, n. 1, p. 147–163, 2016. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/enfoques/article/view/1264. Acesso em: 03 dez. 2024.
SILVA, D. A. DE EPISTEMICÍDIO, (IN)VISIBILIDADE E NARRATIVA: REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA DE REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA EM CADERNOS NEGROS. Ilha do Desterro, n.67, p. 51–62, dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/2175-8026.2014n67p51/28457. /. Acesso em: 03 dez. 2024.
SIMONI, R. C. da S. ANCESTRALIDADE FEMININA: DA ESSÊNCIA DO SAGRADO AOS MOVIMENTOS FEMINISTAS, MULHERES NEGRAS E REPRESENTATIVIDADE. Revista Fragmentos de Cultura - Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 29, n. 2, p. 293–300, 2 dez. 2019. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/fragmentos/article/view/7067. Acesso em: 03 dez. 2024.
SOUSA, M. E. A.; TAVARES, M. de F. L.; ROCHA, R. M. Diversidade e equidade nas políticas para mulheres. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, v. 7, n. 2, p. 285–315, 10 dez. 2019. Disponível em: https://www3.faac.unesp.br/ridh/index.php/ridh/article/view/680. Acesso em: 03 dez. 2024.
TAVARES, M.; GOMES, S. R. Multiculturalismo, interculturalismo e decolonialidade: prolegômenos a uma pedagogia decolonial. Dialogia, p. 47–68, 24 ago. 2018. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/dialogia/article/download/8646/4949/52749. Acesso em: 03 dez. 2024.
VIVEROS VIGOYA, M. La interseccionalidad: una aproximación situada a la dominación. Debate Feminista, v. 52, p. 1–17, 1 out. 2016. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0188947816300603. Acesso em: 3 dez. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Gisseila Andrea Ferreira Garcia Andrade, Edna Alves Pereira da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Declaro que o trabalho apresentado é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Assim, concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora da Revista Exitus, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem ser citada a fonte. Declaro, ainda, estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (Nº 9.610, de 19/02/1998).