A Sociologia da Infância e as Culturas Infantis Educando as crianças na constituição de cidades que educam e transformam
DOI:
https://doi.org/10.24065/re.v15i1.2799Palavras-chave:
Sociologia da Infância, Culturas infantis, Constituição de cidadesResumo
Este artigo tem como objetivo sistematizar conceitos sobre a Sociologia da Infância e das culturas infantis, investigando contribuições para o desenvolvimento infantil e práticas pedagógicas contemporâneas. O artigo nasce das mobilizações realizadas no âmbito da Cátedra da UNESCO, Rede UNITWIN, Cidade que educa e transforma. Realiza-se uma revisão teórica como metodologia, baseando-se em referenciais que abordam a infância como uma categoria social autônoma. Sarmento (2018) destaca a importância de entender as crianças como atores sociais ativos, enquanto Corsaro (2011) explora como as interações entre pares permitem a ressignificação cultural. Ariès (1973) contribui com uma perspectiva histórica, analisando a evolução do conceito de infância ao longo dos séculos. As Cartas das Cidades Educadoras (AICE, 1994; 2020) abordam o papel da educação na cidade, destacando a importância desses espaços por serem ocupados por pessoas, com suas culturas. Neste sentido, destacamos a infância como produtora de sentido e integrante dessa cidade. Os resultados indicam que a Sociologia da Infância desafia abordagens adultocêntricas, sublinhando a relevância das crianças como criadoras de suas próprias culturas, especialmente por meio do brincar e da socialização com outros pares. Diante disso e a partir dessa concepção, apontamos que as práticas pedagógicas que incorporam essas culturas infantis podem fomentar uma educação mais inclusiva e democrática. Conclui-se que as abordagens teóricas apresentadas oferecem subsídios para uma pedagogia que reconheça as crianças como protagonistas de sua aprendizagem e de sua cidadania, e a infância como um entre lugar de construção de cultura e educação nos territórios povoados por sujeitos de diferentes faixas etárias.
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