A quem interessa a educação dos trabalhadores do campo? Uma análise do PRONACAMPO
Resumo
No dia 20 de março de 2012 foi lançado em Brasília o Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO) com participação de representantes dos movimentos sociais, de sindicatos dos trabalhadores da agricultura e setores do agronegócio. Na oportunidade, todos eles destacaram em seus discursos a importância do programa para elevar a escolaridade e melhorar a vida do homem no campo. Com base nestas declarações, o presente artigo discute como e porque a educação no campo, sob a mediação do Estado, atende a interesses de grupos antagônicos no campo brasileiro. Para realização deste trabalho, analisamos a Portaria nº 86, de 1º de fevereiro de 2013 que instituiu o PRONACAMPO, os discursos realizados pelos diferentes representantes de cada setor (agronegócio, Estado e movimentos sociais) na cerimônia de lançamento do programa, bem como suas concepções educacionais. Em face deste exame pretendemos dialogar com os movimentos sociais que se opõem ao agronegócio sobre pressupostos teóricos que norteiam a defesa de uma especificidade da educação do campo e a necessidade de avançar na luta de classes no interior da educação, inclusive no PRONACAMPO, por meio da opção por referenciais teóricos e metodológicos que não dividam os trabalhadores em espaços de vivência, mas que os unifiquem na condição de trabalhadores.
Palavras-chave: PRONACAMPO. Agronegócio. Movimentos sociais.