Audição radiofônica em uma comunidade rural na Amazônia paraense B
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n1ID726Resumo
O enfoque deste artigo foi investigar a importância do rádio no cotidiano dos moradores de Vila Brasil, no Rio Arapiuns, em Santarém – Pará, observando a experiência do projeto de alfabetização de adultos, do Movimento de Educação de Base (MEB), no período de 1966 a 1985. A construção teórica e metodológica teve como base os estudos culturais latino-americanos e de recepção propostos por Martín-Barbero e discutido também por García-Canclini e Guillermo Orozco, com direcionamento teórico ao estudo da comunicação. Partindo das contribuições desses pesquisadores e de autores brasileiros: Ana Carolina Escosteguy, Nilda Jacks, Mauro Wilton de Sousa e Sônia Virgínia Moreira discutiu-se a noção de audição radiofônica em uma comunidade rural na Amazônia paraense. Identificou-se, ao final, que o rádio começou a perder espaço para a televisão e ao progresso. A chegada da energia elétrica provocou mudanças que aos poucos vão sendo percebidas. A energia elétrica se tornou uma forte aliada da TV, mas não afetou só o rádio, os mais velhos também estão perdendo o hábito de contar estórias aos mais jovens no início da noite. As pessoas deixaram o hábito de levar o rádio ao roçado e à pescaria, porque os que funcionavam à base da pilha estão sendo substituídos por aparelhos à energia elétrica. Enfim, o rádio ainda possui importância relevante aos radiouvintes de Vila Brasil, integrando a rotina do dia a dia da comunidade, mesmo considerando a presença de outros suportes de mediações.
Palavras-chave: Audição. Rádio. Comunidades rurais. Amazônia paraense. Comunicação.