Pedagogias africanas: da existência pós-abissal em tempos de utopias e [re]existência

Autores

  • José Diêgo Leite Santana Universidade Federal de Pernambuco
  • Allene Carvalho Lage Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n1ID803

Palavras-chave:

Pedagogias africanas, Colonialidade do Ser, Pensamento pós-abissal

Resumo

Uma das pedagogias que criam corpos vitoriosos e insubmissos é a pedagogia africana que, com suas narrativas, convida para o processo de conscientização do Ser e oferece meios para que a luta aconteça nos territórios epistemológicos marginalizados e invisibilizados. É, pois, a pedagogia africana que coroa os corpos insubmissos e resistentes. Ela possibilita uma outra relação além da colonial que se localiza em apenas dois polos: dominador e dominado. Assim, esta pesquisa apresenta a seguinte questão: “De que maneira a Pedagogia Africana contribui para o enfrentamento da Colonialidade do Ser e para a ressignificação dos corpos silenciados historicamente?”. Como objetivo geral, a pesquisa tem: compreender de que maneira a Pedagogia Africana contribui para o enfrentamento da Colonialidade do Ser e para a ressignificação dos corpos silenciados historicamente. O método de pesquisa utilizado foi a afrocentricidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Diêgo Leite Santana, Universidade Federal de Pernambuco

Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Allene Carvalho Lage, Universidade Federal de Pernambuco

Pós-Doutora em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Pós-Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco/Centro Acadêmico do Agreste – UFPE/CAA, Caruaru-PE. 

Referências

ACHAMPONG, Nana S. Adinkra (i’kon’)-cepts: concept ikons of the Asante Akan of West Africa. 2ª ed. United States of America: Library of Congress, 2011.

ADU BOAHEN, Albert. Tendências e processos novos na África do século XIX. In: AJAYI, J. F. Ade. História geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880. Brasília: UNESCO, 2010. p. 47-75.

BLAISE, Aboua Kumassi Koffi. Macunaíma|Kaydara: dois espelhos face a face. Ler Macunaíma sem rir. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) - Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, 2012.

CABRAL, Amílcar. A cultural nacional. A arma da teoria (unidade e luta) I. Lisboa: Seara Nova, 1978.

DEVÉS-VALDÉS, Eduardo. O Início do Pensamento Africano Sul-Saariano. A Tarefa Civilizadora. Temas, Figuras e Discussões (a Segunda Metade do Século XIX). Rio de Janeiro: CLACSO/EDUCAM, 2008.

DU BOIS, William Edward Burghart. Do nosso esforço espiritual. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org). Malhas que os impérios tecem: Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 49-58.

FANON, Frantz. Racismo e Cultura. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org). Malhas que os impérios tecem: Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 273-286.

KI-ZERBO, Joseph; MAZRUI, Ali A.; WONDJI, Christophe; BOAHEN, A. Construção da nação e evolução dos valores políticos. In: MAZRUI, Ali A.; WONDJI, Christophe. História geral da África, VIII: África sob dominação colonial, 1880-1935. Brasília: UNESCO, 2010. p. 564-602.

LOCKE, Alain. O novo negro. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org). Malhas que os impérios tecem: Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 59-72.

MEMMI, Albert. Retrato do colonizado antes do retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

MENESES, Maria Paula. A questão negra entre continentes: possibilidades de tradução intercultural a partir das práticas de luta? Sociologias. Porto Alegre, ano 18, n. 43, p. 176-206, 2016.

MENESES, Maria Paula. Corpos de violência, linguagens de resistência: as complexas teias de conhecimentos no Moçambique contemporâneo. Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 80, 2008b. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/701. Acesso em 10 de fevereiro de 2019.

MENESES, Maria Paula. Mulheres insubmissas? Mudanças e conflitos no Norte de Moçambique. Ex Æquo, n.º 17, p. 71-87, 2008a.

MODIBO, Dadiarra Sheik; NDIAYE, Cheikh Moustafa B. Menosprezo ocidental, lágrimas de sangue: contos e contas da escravidão. Senegal/Mali/Brasil: Communauté Madinatu Munawara, 2015.

MONDLANE, Eduardo. A estrutura social: mitos e fatos. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org). Malhas que os impérios tecem: Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 309-332.

MONDLANE, Eduardo. Resistência: a procura de um movimento nacional. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org). Malhas que os impérios tecem: Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 333-354.

NKRUMAH, Kwame. Conciencism: philosophy and ideology for de-colonization. United States of America: Library of Congress, 1970.

NKRUMAH, Kwame. Neocolonialismo: Último Estágio do Imperialismo. Trad. Editora Civilização Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1967.

NYERERE, Julius Kambarage. Alguns aspectos da libertação: discurso proferido por Julius Nyerere. Dar es Salaam: Serviço de Biblioteca Tanganyika, 1975.

NYERERE, Julius Kambarage. Man and Development. New York: Oxford University Press, 1974.

NYERERE, Julius Kambarage. Ujamaa. Essays on Socialism. London: Oxford University Press, 1968.

PUREZA, José Manuel. Quem salvou Timor Leste? Novas referências para o internacionalismo solidário. In: SANTOS, Boaventura de Sousa. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 513-545.

SANGA, Innocent. A educação como ferramenta para a libertação: buscando o entendimento de Nyerere . Revista Africana de Pesquisa de Educação e Ciências Sociais. N. 4/1, p. 1-8, 2017. Disponível em: http://arjess.org/education-research/education-as-a-tool-for-liberation-seeking-nyereres-understanding.pdf. Acesso em 20 de janeiro de 2019.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Direitos Humanos: o desafio da interculturalidade. Revista Direitos Humanos. 02, p. 10-18, 2009.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula; NUNES, João Arriscado. Conhecimento e transformação social: por uma ecologia de saberes. Hiléia – Revista de Direito Ambietal da Amazônia, nº 6, jan-jun, p. 11-103, 2006.

SENGHOR, Léopold Sédar. L'esprit de la civilisation ou les lois de la culture négro-africaine. Présence Africaine. Nouvelle série, Paris, n. 8/10, p. 51-65, 1956.

SENGHOR, Léopold Sédar. Um caminho do Socialismo. Rio de Janeiro: Distribuidora Record de Serviços de impresa, 1965.

Downloads

Publicado

2020-08-29

Como Citar

SANTANA, J. D. L.; LAGE, A. C. . Pedagogias africanas: da existência pós-abissal em tempos de utopias e [re]existência. Revista Exitus, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e020075, 2020. DOI: 10.24065/2237-9460.2020v10n1ID803. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/803. Acesso em: 29 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos