O ensino de número na escola primária: transformações lidas em manuais didáticos (1888-1965)
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n2ID854Resumo
O propósito do presente artigo é retomar estudos já desenvolvidos no GHEMAT e discutir diretrizes para a continuidade das pesquisas, na intenção de construir objetos teóricos. Toma-se o número, como um saber escolar, presente desde sempre nas escolas primárias brasileiras, seleciona-se quatro manuais escolares (COLLAÇO, 1885; TRAJANO, 1895; BUCHLER, 1943; GROSSNICKLE; BRUECKNER, 1965), de diferentes tempos e vagas pedagógicas, com o intuito de ler as transformações deste saber escolar, a partir da mobilização dos conceitos de saberes a ensinar e saberes para ensinar. Os quase oitenta anos que separam a publicação do primeiro ao quarto manual examinado nos permitem evidenciar as múltiplas e complexas dinâmicas da matemática escolar, nos convidando a repensar representações construídas socialmente de que na escola nada muda, de que “o ensino de número na escola primária é sempre o mesmo, tudo igual”. De outra parte, possibilita ainda abrir a nossa caixa-preta sobre os saberes matemáticos e mobilizar os saberes a ensinar e os saberes para ensinar, como saberes que ao longo do tempo vão se lapidando, se institucionalizando na formação de professores como saberes para ensinar matemática.
Palavras-chave: Método Intuitivo. Escola Nova. Saber escolar.