O Grupo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas – GEABI e a formação de professores no estado do Pará
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n1ID881Palavras-chave:
GEABI, Étnico-raciais, Formação de professoresResumo
Este trabalho objetiva apresentar e analisar as contribuições do Grupo de estudos afro-brasileiros e indígenas – GEABI, para a formação de professores em Relações Étnico-raciais na Transxingu (Altamira) e Baixo Tocantins (Cametá) – PA, a partir da Lei nº 10.639/2003, buscando identificar as abordagens teóricas e metodológicas adotadas, bem como as repercussões dessa formação nas práticas pedagógicas dos professores. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental com abordagem qualitativa. As fontes consultadas foram os Projetos Pedagógicos do curso de Pedagogia, do curso de Especialização em Educação Diversidade e Sociedade e do curso de Mestrado em Educação e Cultura – PPGEDUC; o projeto PROINT/GEABI; folder dos eventos realizados, Plano de trabalho e Relatório das formações. Os resultados apontam que o GEABI, ao longo dos anos, foi impulsionador de mudanças pedagógicas para a inclusão de alunos/as negros/as na escola, ao possibilitar a formação de professores para o trato das questões em Relações Étnico-raciais. Neste sentido, afirmamos que os efeitos dessas ações impactaram sobremaneira as políticas de formação inicial e continuada de professores, contribuindo para mudanças do cenário Transxingu (Altamira) e Baixo Tocantins (Cametá), que tem sido marcado por conflitos, no que se refere à formação docente. Conflitos esses divididos em dois movimentos: (a) um que atribui ao espaço formativo a função de preparar futuros professores nas competências entendidas como centrais em um mundo globalizado; (b) e outro que compreende tal espaço como campo discursivo com potenciais de atuação na construção de identidades docentes críticas, comprometidas com a valorização da pluralidade cultural.
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