O corpo como corpus: lugares do ensino de literatura para estudantes surdos
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1151Resumo
Este trabalho propõe-se a pensar as relações entre letramentos literários de estudantes surdos e os discursos e práticas de identidades e de poder, que tangenciam concepções sobre conhecimento, texto e literatura, presentes nos currículos universitários e nas comunidades surdas. Aponta para a reflexão sobre a literatura como um caminho de resistência, em uma sociedade excludente em relação às minorias culturais e linguísticas, diante dos discursos oficiais e contraditórios sobre inclusão, amparados pelo neoliberalismo. O trabalho tem como arcabouço teórico os estudos de Bhabha (1993) sobre o conceito de diferença cultural; os de Canclini (2006), sobre Hibridismo; e os Novos Estudos de Letramentos, sobretudo os de Street (2014), referentes às concepções plurais de letramentos e suas conexões com contextos de poder. Pretendemos demonstrar a premência de reconhecer as especificidades socioculturais dos grupos surdos nos processos de educação formal, assim como as pertinentes às manifestações literárias em Libras - Língua Brasileira de Sinais - que possuem como corpus privilegiado o próprio corpo em movimento, expressas através de uma língua tridimensional, visual e espacial, em estratégias de performance.
Palavras-chave: Inclusão. Surdos. Letramentos.