O BEBÊ E A DOCÊNCIA NA CRECHE: contribuições da formação dialógica
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2022v12n1ID1684Palavras-chave:
Formação dialógica. Bebê. Docência na crecheResumo
O conhecimento sobre a aprendizagem e o desenvolvimento do bebê em ambientes coletivos e o trabalho docente com/para eles, é crescente. Contudo, poucos docentes que têm acesso a esta produção. Sem negar a importância dos saberes produzidos na relação com os bebês, é necessário oportunizar aos professores o acesso ao conhecimento produzido sobre a docência na primeiríssima infância. A formação dialógica se apresenta como possibilidade de valorização desses saberes em articulação com os conhecimentos produzidos cientificamente. O estudo objetiva analisar a contribuição da formação dialógica para mobilizar transformações na rotina da creche. A pesquisa foi de natureza qualitativa e utilizou como informação o registro reflexivo de professoras integrantes do projeto “formação continuada de professoras de berçário: as vozes das professoras na construção de saberes sobre a docência com bebês”. Os resultados revelaram que o processo formativo permeado pela ação e reflexão, para além do domínio de conhecimentos ou de conteúdo, colaborou com a construção de posicionamento reflexivo que se traduziu em ações e relações interpessoais, o que exigiu das professoras ultrapassar a si mesma e colocar-se em direção ao outro, seja ele o bebê ou o adulto, em busca da superação de limites e a construção de outras possibilidades de ser docente de bebês; apontam também para a necessidade de trabalhar na construção de práticas de formação que assegurem espaços, de articulação dos saberes dos professores com o conhecimento científico. A formação dialógica, enquanto ato coletivo, permeado pelo diálogo permite ao professor encantar-se com sua prática e motivar-se para mudanças necessárias na creche.
Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
BARBOSA, M. C. S.; FOCHI, P. S. O desafio da pesquisa com bebês e crianças bem pequenas. IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/view/1234/318>. Acesso em: mar. 2021.
BARBOSA, M. C. S.; RICHTER, S. R. S. Os bebês interrogam o currículo: as múltiplas linguagens na creche. Revista Educação. Santa Maria, v. 35, n.1, p. 85-96, jan./abr. 2010. Disponível em: < http://www.ufsm.br/revistaeducação>. Acesso em: mar. 2021.
BARBOSA, S.; GUIMARÃES, D. “Cadê a Viviane? Cadê a Ingrid?” - Visibilidade e invisibilidade das crianças na creche. In: KRAMER, S. (Org.). Retratos de um desafio: crianças e adultos na educação infantil. São Paulo: Ática, 2009.
CASTELLI, C. M.; MOTA, M. R. A. A complexidade de ser bebê: reflexões acerca de sua visibilidade nas creches e nas pesquisas. Revista zero a seis. V. 15, n. 28, p. 46-65, 2013.
DUARTE, F. Professoras de bebês: As dimensões educativas que constituem a especificidade da ação docente. Congresso de Educação Básica: Aprendizagem e Currículo, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOTTLIEB, A. Para onde foram os bebês? Em busca de uma antropologia de bebês (e de seus cuidadores). Revista PSICOLOGIA USP. São Paulo, julho/setembro, n. 20(3), p. 313-336, 2009.
GOULART, C. Linguagem, dialogicidade e docência: O processo de formação em atos. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 16, n. 49, p. 705-726, jul./set. 2016
HEVESI, K. A participação da criança no cuidado de seu corpo. In: FALK, Judit (org). 2004. Educar os três primeiros anos: a experiência de Lóczy. Araraquara: JM Editora.
INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Ministério da Educação. Censo Escolar 2016. Notas Estatísticas. Brasília-DF, 2017. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/fevereiro-2017-pdf/59931-app-censo-escolar-da-educacao-basica-2016-pdf-1/file>. Acesso em: mar. 2021.
PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Síntese de indicadores 2015. IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf>. Acesso em: mar. 2021.
SABBAG, S. “Porque a gente tem um corpo né... mas a gente só lembra do corpo quando ele dói!” A centralidade do corpo adulto nas relações educativas na educação infantil. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2017.
SILVA, I. R. As dinâmicas corporais na docência com bebês. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 2018.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Celi da Costa Silva Bahia, Solange Mochiutti
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Declaro que o trabalho apresentado é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Assim, concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora da Revista Exitus, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem ser citada a fonte. Declaro, ainda, estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (Nº 9.610, de 19/02/1998).