Percursos de autoria e subjetivação: entre rodas, rimas e clipes
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n4ID1030Resumo
Neste artigo analisamos a construção de autoria e processos de subjetivação por um coletivo de hip hop que organiza rodas culturais, no complexo de favelas de Manguinhos, Rio de Janeiro. As rodas culturais são iniciativas de caráter público, ligadas ao movimento hip hop e de recente surgimento na cena carioca. Com esse cenário, buscamos entender tais eventos e textos, em sua modalidade ao vivo, bem como nas mídias digitais. Compreendemos as rodas como instâncias culturais geradoras de processos de subjetivação e posições de sujeito, em suas dimensões: política, pedagógica, identitária e simbólica. Com base nos estudos culturais em sua vertente pós-estruturalista, assumimos as rimas, os eventos e as performances presentes nas rodas como artefatos discursivos, os quais nos fazem acreditar que na construção de autoria os/as jovens manifestam relevante agência na esfera cultural (urbana e digital), que é ao mesmo tempo pedagógica e política. Ao vislumbrarmos aspectos da construção de autoria, observamos os mecanismos de apropriação e criação de posições de sujeito que operam na produção e circulação de subjetivações, evidenciando como os/as jovens metaforizam e ironizam, a fim de denunciar e refletir sobre as violências e opressões diretas sobre a vida e os corpos, bem como sobre as objetivações normalizandoras e inferiorizantes que atuam nas formas de pensar, relacionar-se, e construir suas identidades.
Palavras-chave: Autoria. Subjetivação. Juventudes. Hip hop.