Desafios na educação bilíngue de surdos: relações que professores estabelecem com o ensino de língua portuguesa escrita para surdos
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1148Resumo
Apenas em tempos recentes, foram propostas ações, voltadas à promoção de mudanças nas relações sociais com as pessoas com deficiência em uma perspectiva inclusiva. Em relação ao surdo e a surdez, do ponto de vista histórico, as percepções deslocam-se da concepção de surdez como doença para a ideia de diferença, oscilando entre a caracterização da surdez como restrição e o reconhecimento de educabilidade e potencialidades do sujeito surdo. A busca de metodologias, estratégias e atendimento educacional, voltados especificamente para surdos, exemplificam os avanços dessa discussão. No contexto escolar é relevante compreender a visão que professores têm do surdo, da sua participação nas atividades escolares e das formas específicas de ensino. Este artigo reflete sobre esse cenário e, de forma mais específica, sobre professores que atuam com alunos surdos em situação de inclusão e quais relações estabelecem com o ensino de LPE para alunos surdos. Analisam-se, em uma perspectiva exploratório descritiva, narrativas de professores que atuam com alunos surdos nos anos iniciais de redes municipais da Baixada Fluminense. As categorias de análise se organizam a partir de dois eixos: informações sobre a aprendizagem escolar de surdos, e as articulações entre crenças e percepções sobre a aprendizagem de alunos surdos. Utilizam-se os princípios da pesquisa-ação, analisando narrativas de professores. As narrativas apresentam elementos que evidenciam as percepções dos professores sobre o ensino e a aprendizagem de alunos surdos em contexto de inclusão, apontando para o papel que a escola exerce no aprendizado do aluno surdo e as questões que envolvem os saberes e os fazeres pedagógicos dentro do contexto escolar.
Palavras-chave: Alunos surdos. Ensino de língua portuguesa escrita. Relações.