CONDUTAS DE RISCO: UMA RESPOSTA SUBJETIVA DO ADOLESCER CONTEMPORÂNEO
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2023v13n1ID2322Palavras-chave:
Condutas de Risco, adolescência, ContemporâneoResumo
A transição social que estamos atravessando aprofunda um momento de tensões, indeterminações e intenso de mal-estar. Nesse texto faço um convite investigativo acerca do desafio para o processo de subjetivação do sujeito adolescente na contemporaneidade. De antemão o adolescer é, aqui, compreendido como um momento de travessia marcado por tensões no desprendimento do universo familiar, na experiência de distanciamento da infância e ainda no medo das novas escolhas objetais que assinalam as decisões subjetivas. É da nossa líquida, esmaecida, imagética e consumista sociedade pós-moderna que o adolescente retira os recursos sociais para essa travessia. Do ponto de vista metodológico, as análises apresentadas estão fundamentadas em uma abordagem interdisciplinar dos saber psicanalítico e do saber docente, complementadas de escutas clínicas com adolescentes ao longo dos últimos dez anos. Os resultados encontrados indicam que há um adoecimento socioemocional latente que atinge subjetivamente o sujeito que adoesce no atual contexto contemporâneo. Diante desse adoecimento muitos sujeitos recorrem às consutas de riscos como estratégia de defesa e de existência.
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