O professor na primeira república no Pará: notas sobre seu papel e função na relação família x escola
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2018v8n3ID644Resumo
Neste artigo, buscamos compreender a ideia disseminada sobre o professor no período da Primeira República, bem como sobre o papel que este exercia na relação entre a família e a escola a partir do Regulamento Escolar do Ensino Primário, do ano 1890, e dos artigos de H. de Sant’Anna na Revista de Educação e Ensino, que circulava no Pará em 1894. Ele resulta de uma pesquisa documental e bibliográfica, e analisa preliminarmente os preceitos que regulamentavam o ensino nesse período, que apontavam para a formação de cidadãos para o progresso da nação, funcionando a educação como um mecanismo de difusão do ideário republicano. Neste sentido, o professor não poderia se portar na escola e na sociedade como um “cidadão qualquer”, de modo que o Regulamento Escolar do Ensino Primário e os esritos de Sant’Anna chegam a explicitar regras de comportamento moral e social que ultrapassariam os limites da escola. Ao mestre, caberia a tarefa de ser um propagador e fiscalizador dos novos hábitos e regras no ambiente escolar, baseado no ideal de professor projetado pelo regulamento de ensino e pela imprensa educacional da época, que estava ligado a um projeto político — o de implementação do ideal republicano. Neste sentido, o professor era tido como um mestre da vida cidadã, titular de uma profissão tida e sabida como sacerdócio, cabendo-lhe forjar o futuro da nação brasileira, sobretudo cultivando nas crianças o sentimento de amor à pátria e à República.
Palavras-chave: Primeira República. Família-escola. Professor. Ensino-primário.