História de vida de idosos no Ensino Superior: percursos inesperados de longevidade escolar
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2018v8n3ID649Resumo
Este texto objetiva analisar o perfil sociodemográfico dos idosos e os elementos que possibilitaram suas trajetórias escolares tardias no ensino superior, ao mesmo tempo destaca a rotina desses sujeitos, seus sentimentos, suas atitudes diante dos estudos e suas perspectivas. Elaborou-se um levantamento de produções acadêmicas que revelou poucas pesquisas direcionadas à inserção do público idoso nos cursos de graduação do ensino superior. A metodologia adotada neste trabalho foi de caráter qualitativo. Para a coleta e a análise dos dados, utilizou-se: entrevista semiestruturada, análise de documentos de dados institucionais, histórias de vidas e análise de conteúdo. Os participantes da pesquisa foram três alunos de ensino superior com 60 anos ou mais. O estudo revela que os motivos que levaram os entrevistados a buscar o ensino superior se vinculam à realização profissional e pessoal, ao prazer de elevar a autoestima e a participação nas atividades da sociedade contemporânea. Para esses sujeitos, o apoio e o incentivo da família para o ingresso no ensino superior, a própria mobilização e as referências sociais e institucionais foram determinantes. Apesar de um número crescente de idosos, no Brasil, mais ativos e conscientes de seu papel, os resultados deste trabalho demonstram que a presença destes no ensino superior é muito reduzida, representando apenas 0,57% das matrículas. Conclui-se que há necessidade de pesquisas sobre o acesso e a permanência dos idosos no ensino superior, as quais devem discutir as políticas e as estratégias educacionais adequadas a essa população, cada vez mais presente no cenário social e educacional.
Palavras-chave: Idosos. Trajetórias escolares. Ensino Superior.