Demarcações históricas sobre a política de assistência estudantil no Brasil

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DOI:

https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1244

Resumo

O estudo tem por objetivo situar questões que contribuem para demarcar a configuração que a política de Assistência Estudantil (AE,) como Política Pública, vem assumindo no Brasil no caso da Educação Superior. Para tanto, utilizou-se da analise de documentos e revisão de literatura, especialmente a proposta apresentada por Kowalski (2012), cuja configuração é delineada em três fases. Como resultado da pesquisa, aponta-se que a primeira fase atravessou o período de criação das primeiras universidades brasileiras até à definição dos primeiros instrumentos da institucionalização da política educacional, momento marcado pelo caráter pontual das iniciativas, dado o atendimento único e exclusivo da elite brasileira que notadamente  usufruía do acesso ao ensino superior de forma privilegiada; A segunda fase materializou-se em um cenário social no qual se tinha uma predisposição em incluir os estudantes nos programas assistenciais cuja demanda estava intrinsicamente ligada ao processo de democratização e expansão de vagas na educação superior. Observa-se, no entanto, que nos instrumentos legais inexistia a designação de recursos financeiros para o custeio dos programas. Por fim, a terceira fase inicia-se a partir da execução do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) nos anos de 2007, e estende-se até os dias atuais, onde tem-se propriamente o marco da institucionalização da política pública de assistência estudantil com a edição da Portaria Normativa nº 39 de 2007 e, posteriormente, do Decreto Lei do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) nº 7.234 de 2010.

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Biografia do Autor

Adão Rogério Xavier Silva, Universidade Federal do Acre

Professor Substituto da Universidade Federal do Acre (UFAC), vinculado ao Centro de Educação Letras e Artes (CELA), atuante na área de Fundamentos da Educação. Mestre em Educação (2019) e Licenciado em História (2014) pela Universidade Federal do Acre.

Mark Clark Assen de Carvalho, Universidade Federal do Acre

Doutor em Educação (PUC-SP). Professor Titular do Centro de Educação, Letras e Artes da Universidade Federal do Acre/UFAC e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFAC e do Doutorado em Rede/EDUCANORTE.

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Publicado

2020-07-21 — Atualizado em 2020-07-23

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Como Citar

SILVA, A. R. X. .; CARVALHO, M. C. A. de. Demarcações históricas sobre a política de assistência estudantil no Brasil. Revista Exitus, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e020042, 2020. DOI: 10.24065/2237-9460.2020v10n0ID1244. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/1244. Acesso em: 5 out. 2024.

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