O ensino de matemática segundo estudantes cegos de Belém do Pará
DOI:
https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n3ID941Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo realizar um diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem de matemática, no 6º ano para estudantes cegos de Belém do Pará. A produção das informações ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, realizada junto a seis estudantes cegos. As análises indicaram que apesar dos avanços na legislação, os estudantes ainda não se encontravam devidamente incluídos em sala, e que a metodologia adotada pelos professores nas aulas, eram preponderantemente expositivas, desconsiderando as necessidades de aprendizagem e condição de estudantes cegos, fato que comprometia a aprendizagem, sobretudo, nas aulas cujos conteúdos envolviam gráficos e assuntos da geometria espacial. Em relação aos assuntos do 6º ano, considerados os mais difíceis para os estudantes cegos aprenderem, eles indicaram os seguintes: Expressões numéricas; Divisão não exata; Simplificação de Fração, Potenciação e Radiciação; Ângulos; Segmento de retas; Tipos de gráficos, entre outros. A pesquisa nos permitiu concluir que o processo de inclusão de estudantes cegos, especialmente, no que concerne a disciplina matemática, ainda está longe das condições apropriadas para eles, sobretudo, se considerarmos as reclamações feitas pela amostra relacionadas ao fato de que dependiam muito da ajuda de terceiros para estudarem e registrarem suas atividades escolares indicando que estes estudantes estavam inseridos nas turmas regulares, mas não necessariamente incluídos no processo educacional.
Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Especial. Ensino de Matemática para Cego.